terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Halong Bay


Paddle.

Quarto com vista para Halong.


Limestones.

 
Halong Bay.

 
Halong Bay I.

 
Halong Bay II.

 
Vila piscatoria flutuante.


Pescador.

 
Menino a treinar a pesca com peixinhos de brincar.

O peixe acabado de pescar.

A vista.

Um vietnamita que veio brindar connosco :)

A caminho do barco.

Barco.

Limestone.

Vila piscatoria flutuante I.

Barco.

Lagoa.

A caminho da gruta.

Sem brac,os :)

Halong Bay III.

Mergulho!

Caiaque.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Expulsos em Sapa

Mercado em Sapa.
 Sapa, Sapa, Sapa... embalados pela viagem de 8h de comboio, imaginávamos os terraços de arrozais que revestiam as montanhas, percorridos por mulheres tribais, lindas com a sua indumentária de fazer inveja a qualquer criador de moda. O filme aguçara-nos a curiosidade e as expectativas eram elevadas.

Chegamos a Sapa e eu maravilhada, com as mulheres, lindas, lindas, com as suas argolas nas orelhas, tivessem 20 ou 60 anos, um gancho prendia os seus longos cabelos negros de uma maneira tão sensual e ao mesmo tempo infantil, estilo Lolita, tivessem 20 ou 60 anos, as roupas, coloridas e bordadas, adornadas com texturas únicas, nunca vistas, lindas. E depois vê-las com rugas, cheias delas, mas com argolas, arranjadas, fazia-me querer mirá-las sem parar. Por isso sempre que me abordavam, desfazia-me em sorrisos, falava com elas, mal eu sabia que não me iriam largar até que eu comprasse qualquer coisa! O Pedro, alertava-me:
"- Não lhes dês conversa, senão não te largam."

Orelhas moucas, queria falar com elas, encantada pela sua aparência. A beleza é uma porta de entrada mas nunca é um alicerce. Nada sustém se nada mais providencia do que uma miragem para o olhar. Quando uma mulher ficou à espera que acabássemos de jantar à porta do restaurante e não parou de nos seguir até casa, pensei basta. São muito bonitas sim sr, mas de longe. É que persistência não lhes falta:
"- Buy for me madam, yes, you buy for me, madam." - e não saem disto até que nos escondamos nalgum lugar em que não nos vejam.
O Pedro tinha razão, não se pode dar conversa, nem um sorriso, e é uma pena, senão perseguem-nos como lapas e quando damos por nós, temos uma entourage como se fôssemos candidatos à Presidência da Câmara Municipal.
Ruas de Sapa.

Mulher da tribo Red Dzao.

A sacola de palha para transportar os vegetais e outra carga.
Red Dzao no Mercado.
À porta do mercado, felizes com as compras feitas.
Mercado.
Na rua a venderem os "seus" produtos para o turista.
Tudo em Sapa é negócio e as mulheres das tribos sabem como fazê-lo. Quando nos perguntam de onde somos, há quanto tempo estamos, para onde vamos, toda a curiosidade tem como único e calculista objectivo, vender. A manta bordada, os brincos de prata, são produtos que imaginamos serem elas a fazer quando recolhem às suas cabanas. Mas não, foi só levantar-me às 6h da manhã e ir ao mercado, para vê-las, loucas, a comprarem os artigos a um preço bem reduzido e depois venderem nas ruas aos turistas. A mulher da tribo hoje em dia tem e-mail, tem telemóvel, anda de mota e é uma autêntica mulher de negócios pouco dada ao tradicionalismo (a não ser nas roupas). Mas se pensarmos, por outro lado, que estas tribos, como minorias étnicas, têm menos possibilidades de obter dinheiro e são um pouco ostracizadas pela sociedade, compreendemos que se têm de fazer "à vida". Escusavam era de ser tão chatinhas. Mas há sempre as raras excepções fora dos caminhos batidos que sabe sempre tão bem ver, e claro, há uma adopção de medidas preventivas que impedem as sotckers de atacar.

Foi também no mercado que conheci o Tomás, um português que anda a viajar há 7 meses, percorreu a América Latina, apaixonou-se pelo Brasil e veio ao sudeste asiático sem rota definida. Sabe bem conhecer compatriotas que também partilham o gene do "Vasco da Gama" e se lançam à estrada para conhecer o Mundo. Os ingleses, franceses, australianos e muitos mais, fazem o que se chama de "gap year": durante um ano percorrem culturas, sabores, amizades e experiências inesquecíveis, regressando com a alma cheia de momentos que os moldam para o resto da vida.

Arrozais.
Riacho e arrozais.
Arrozais verde alface.
Homem num Búfalo.

Criança vietnamita.
Casamento.
Mas o pior ainda estava para vir. Indecisos na escolha do dia da partida para Hanói, houve quem nos facilitasse a escolha. A dona do hotel, onde estávamos alojados a preço bem reduzido tendo em conta a concorrência, sem qualquer escrúpulo e com uma grande lata, diz-nos que temos de fazer check-out porque estaria para chegar um grande grupo de vietnamitas. Nem queríamos acreditar que estávamos a ser convidados a sair sem ter partido uma louça do hotel.

"- Ok, we can leave, but we want discount."
"- No discount, you only pay 6 dólares, you can´t find like this around."
"- Of course we can, there is a lot of good hotels just near with the same price."
"- No discount!"
"- This has never happened to us, you know, you just care about money, only money, is the only thing you see!" (diálogo acompanhado de mímica gestual, o polegar e o indicador a indicarem o money) We've never been expulsed from a hotel! But we are going to write in the internet everything about your hotel, how you treated us, you can get that for sure!"
A expressão da cara da sem escrúpulos ambicioso-calculista altera-se, e tal qual uma criança mimada, cruza os braços, levanta o nariz para cima e diz:
"- Ok, you write what you want!"
"- Of course we will write, and bad things!"

Saímos com vontade de desmanchar todas as mesas que estavam a ser preparadas para a recepção dos vietnamitas! Mas a nossa saída não ficou satisfeita sem antes escrevermos uma reclamação no livro de sugestões do Posto de Turismo (que coincidentemente foi lido pelo português Tomás!), uma really bad review no trip advisor e sem nos dirigirmos à dona do hotel na língua lusitana:
- Esperamos sinceramente que fiques com o Hotel vazio durante muito tempo!

Mas apesar dos defeitos (que até lhe dão toques de graça) Sapa é uma zona linda que fica cravada na nossa memória, repleta de arrozais verde alface em socalcos, pontuada por cascatas e rios que completam a paisagem e percorrida por homens e mulheres tribais que ajudam a pintar o quadro com as suas cores e texturas únicas. Sapa mexe e remexe, mas vale a pena.


sexta-feira, 25 de novembro de 2011

The Deserted Valley

À beira do lago.
 Cães depilados e sem patas estendidos numa bancada para venda: foi desta forma dura e chocante que Hanói, a capital do Vietname, nos deu as Boas Vindas.
- If you want to eat dog in Hanói, just look at the right side of the menu. You will see that the most expensive is dog for sure!

Impossível. Há uma barreira emocional que nos trava e impede de sermos corajosos estilo Bear Grylls em que vão larvas, vão gafanhotos e até vai cão. Não que tenhamos um carinho especial por larvas... a razão aí prende-se mais com o "lharc..só de imaginar perco o apetite!", mas os cães... não dá. Por mais que queiramos absorver a cultura dos países que visitamos, há limites para a nossa vontade e coragem. O máximo que conseguimos ultrapassar foi cobra, porco espinho e rã. Sabem todos a uma espécie de "entrecarnedegalinhaepeixe", a cobra tem um pouco de espinhas a mais para mim, apesar do Pedro ter gostado muito, o porco espinho parece pastilha elástica e a rã foi o melhorzinho que comemos. Mesmo assim, pensamos não incluir na nossa dieta quotidiana.

Vende-se carne de cão.
Restaurante local com as famosas mesas e cadeiras minúsculas.
Em Hanói era necessário tirarmos o visto para a China. A imperial e temida China. A China que é selectiva, que não deixa entrar toda a gente: a China elitista. A China que nos iria pedir detalhes de todo o nosso trajecto, bem como confirmações de hotel/voos/comboio dos sítios onde iríamos passar e ficar: a China Big Brother is watching you. A China que quer aliciar turistas e apela à sua visita, para depois os rejeitar frivolamente: a China femme fatale. Eram tantas as estórias que líamos e nos eram contadas pelos viajantes sobre como obter vistos na China, que de repente nos vimos invadidos por uma reverência e receio próprios de quem desconhece o desconhecido e é amedrontado por mitos urbanos. No Hotel pediam-nos uma exorbitância de dinheiro: 80 dólares para garantir o visto e 6 dias de espera. Torcemos o nariz: normalmente as estórias são sempre mais exacerbadas que a realidade. Resolvemos ir à embaixada da China. Estranhos os horários das embaixadas: abrem às 9h, fecham às 11h, reabrem às 15h e voltam a encerrar às 17h. Quando entramos entregam-nos um papel que confirmava todos os mitos que já sabíamos: eram necessários comprovativos de todos os sítios onde iríamos passar e ficar na China! Mas eis que entretanto o Pedro resolve perguntar o que precisávamos para pedir o visto. Quando nos perguntam o país de origem e respondemos Portugal, dizem-nos apenas que precisamos de preencher uns papéis com toda a informação e mais alguma: nomes dos pais, profissão dos pais, blá blá blá, Big Brother is watching you again, mas não precisaríamos dos tão temidos comprovativos que não tínhamos. Falamos com a sra da embaixada que nos diz que em princípio não iria haver problema para o nosso país e que se houvesse, contactar-nos-ia mais tarde. O telefone nesse dia não tocou e ficámos tão felizes por saber que a femme fatale afinal, iria-nos receber. Assim, por 30 dólares, conseguimos um visto para 30 dias! No dia em que fomos buscar os passaportes, conhecemos uma sra espanhola que está a viajar pelo Mundo, e a sua filha, que a tinha ido visitar de férias, que nos contavam que só tinham conseguido visto para 6 dias e não sabiam a razão! A China é assim, não tem explicação.

O Pedro, a Marta e a Maité.
 De seguida fomos os 4 visitar o túmulo de Ho Chi Min, o tão venerado ídolo vietnamita. A Sara e o Edu já tinham partilhado connosco a sua experiência: para ver o ídolo mumificado, não se podem tirar fotografias, não se pode rir, não se pode falar, tem de se andar em passos não rápidos mas também não muito lentos e nada de ombros ou pernas à mostra, ou não vá o sr resuscitar da mumificação! Estávamos curiosos com o protocolo, e era a segunda vez que o tentávamos visitar. Chegando lá, soubemos que estava encerrado mais uma vez, desta vez por ser segunda-feira... a primeira era porque passava das 11h da manhã. Entretanto o céu brinda-nos com uma chuva torrencial que alagou Hanói por completo e tivemos de nos refugiar num restaurante próximo.

Hanói alagada.
Hanói alagada I.
Mas o melhor de Hanói estava por chegar. Sentados na esplanada perto do lago, colocam-nos um folheto informativo da Cinemateca em cima da mesa. A Sara e o Edu já nos tinham falado disso. Era o festival de cinema sobre o Vietname que estava a decorrer em Julho e Agosto. Marcámos cinema para esse final de tarde. A Cinemateca fica situada num beco um pouco difícil de encontrar, mas vale a pena o esforço. Tem um pátio com um restaurante e posters de filmes alusivos ao festival pendurados pelas paredes. É um sítio muito agradável e convidativo. O filme que fomos ver chama-se "The Deserted Valley" e passa-se em Sapa, uma região montanhosa povoada por várias tribos que existe no noroeste do Vietname e que iríamos visitar a seguir a Hanói. A realização é de um vietnamita e o filme foi galardoado com prémios em dois festivais internacionais. A estória é simples e apaixonante. Aconselhamos a todos a verem este filme! A curiosidade para conhecer Sapa aumentou após termos visto o filme.
Cinemateca.
The Deserted Valley - Thung lung hoang vang (título original).
Outro dos filmes do festival: Indochina.
Cinemateca I.

Sala quase vazia e à nossa frente senta-se uma rapariga com 2 m de altura incluindo a rasta!
Restaurante da Cinemateca.
Ta Ty, O efeito do álcool - 1951. Museum of Fine Arts.
Hoàng Lâp Ngôn, Young girl - 1954. Museum of Fine Arts.
A linha do comboio passa no meio da cidade.
Monumento onde está o túmulo de Ho Chi Min.
Bia Hà Nôi.

Jardim.
Entrada do Templo de Literatura.
NoTemplo de Literatura onde se situa a universidade mais antiga do Vietname.
Templo vietnamita.
Vendedora de Balões.
Hanói.
Para as princesas-
Chapéus vietnamitas.