Cameron Highlands é uma constante em todos os guias e montras de agências de viagens da Malásia. Zona famosa pelas plantações de chá que alberga e também pelas estufas de flores, cactos e morangos e ainda viveiros de borboletas, é um destino quase obrigatório para quem visita a Malásia. Fica situado no centro do país e a caminho de outros destinos que queríamos visitar por isso pareceu-nos ser uma coisa a não perder.
Despedimo-nos do Tiago e partimos de KL em autocarro de luxo uma vez mais, prontos para uma viagem de 4 horas por entre a selva (ou floresta se preferirem) Malaia.
A cidade de Tanah Rata nas Cameron Highlands é uma pequena povoção com meia dúzia de ruas, simpática e acolhedora. É ali o ponto de partida para as várias vistas que os operadores turísticos propõem. No centro de turismo, onde o autocarro nos deixou, uma funcionária muito prestável ajudou-nos a encontrar alojamento e mostrou-nos os vários tours disponíveis: optámos por um que nos levaria a visitar uma plantação e fabrica de chá local que utiliza ainda métodos bastante artesanais de fabrico. Incluído estava ainda uma visita à flora local, com a ajuda de um guia que nos levaria num pequeno trekking de uma hora.
Ficámos bastante bem instalados num hostal perto da rua principal onde estão os restaurantes e o já referido posto de turismo. Ao jantar nessa primeira noite encontrámos um restaurante simpático, com um empregado de origem Birmanesa muito risonho e bem disposto com quem falámos bastante sobre o seu país e sobre os motivos que o levaram a escolher a Malásia como a sua casa.
Foi também aí que provámos o steamboat, um prato na sua essência parecido com o fondue em que cozinhamos a nossa comida (um sortido de carne, peixe, marisco, tofu e legumes) numa espécie de caldo de legumes a ferver. Ficámos fãs e de certeza que iremos repetir.
Partimos às 8 da manhã para a visita. Primeira paragem: um miradouro de onde podíamos contemplar as plantações de chá e as pessoas ao longe a trabalhar nos campos na apanha das várias folhas que irão definir o aroma (mais ou menos forte) do chá. A vista era soberba, com campos a perder de vista plantados com arbustos de chá com cerca de um metro de altura Explicações detalhadas do nosso simpático guia que nos deu a conhecer os vários métodos de apanha das folhas, os vários tipos de chá, a vida de um trabalhador nos campos de chá, muitas informações sobre a planta, métodos de plantação, etc... muito interessante e educativo.
Tanto cha'... |
Cha' da China, Cha' da Persia, Cha' Malaaaaaaio |
Seguimos para a segunda paragem: o ponto mais alto da região que prometia uma vista panorâmica sobre as várias plantações de chá e a selva circundante. Subida a uma torre de vigia e... azar! Estava bastante nebulosidade que nos impediu de avistar pouco mais de umas dezenas de metros a toda a volta! "Então conseguiram ver Portugal?" perguntou-nos sorridente o nosso guia.
Seguimos para a próxima actividade: o esperado trekking de iniciação à flora local. Afinal havia um passadeira em madeira e o trekking acabou no final desta, passados 200m! Mas foi interessante ouvir as explicações sobre a importância do musgo, e a forma como ele absorve a humidade e a liberta depois para as árvores e para o solo. Uma história curiosa que o nosso guia nos contou: O bambu (que é o ser vivo que mais rapidamente cresce aqui na selva), seria usado (e segundo ele, ainda hoje) para nos livramos de pessoas indesejadas, de vizinhos impossiveis de aturar ou patrões que não respeitassem os trabalhadores, de uma forma infalível e não imputável. Segundo ele, para tal basta esmagar bastante um pedaço de bambu e misturá-lo na comida de quem queremos ver-nos livre. Após bastante tempo, 1 a 2 meses, o bambu (que o nosso organismo não consegue eliminar) começa a crescer dentro da pessoa até que esta vai desta para melhor! Sem dúvida que às vezes seria tentador...
Seguimos para a visita à fábrica que processa as folhas do chá até sairem embaladas e prontas a consumir e, claro, à loja e café onde podemos adquirir e experimentar por nós mesmos os vários aromas da tão apreciada bebida.
Vai uma chávena?