sábado, 30 de abril de 2011

A Hora do Chá

Cameron Highlands é uma constante em todos os guias e montras de agências de viagens da Malásia. Zona famosa pelas plantações de chá que alberga e também pelas estufas de flores, cactos e morangos e ainda viveiros de borboletas, é um destino quase obrigatório para quem visita a Malásia. Fica situado no centro do país e a caminho de outros destinos que queríamos visitar por isso pareceu-nos ser uma coisa a não perder.
Despedimo-nos do Tiago e partimos de KL em autocarro de luxo uma vez mais, prontos para uma viagem de 4 horas por entre a selva (ou floresta se preferirem) Malaia.
A cidade de Tanah Rata nas Cameron Highlands é uma pequena povoção com meia dúzia de ruas, simpática e acolhedora. É ali o ponto de partida para as várias vistas que os operadores turísticos propõem. No centro de turismo, onde o autocarro nos deixou, uma funcionária muito prestável ajudou-nos a encontrar alojamento e mostrou-nos os vários tours disponíveis: optámos por um que nos levaria a visitar uma plantação e fabrica de chá local que utiliza ainda métodos bastante artesanais de fabrico. Incluído estava ainda uma visita à flora local, com a ajuda de um guia que nos levaria num pequeno trekking de uma hora.
Ficámos bastante bem instalados num hostal perto da rua principal onde estão os restaurantes e o já referido posto de turismo. Ao jantar nessa primeira noite encontrámos um restaurante simpático, com um empregado de origem Birmanesa muito risonho e bem disposto com quem falámos bastante sobre o seu país e sobre os motivos que o levaram a escolher a Malásia como a sua casa.
Foi também aí que provámos o steamboat, um prato na sua essência parecido com o fondue em que cozinhamos a nossa comida (um sortido de carne, peixe, marisco, tofu e legumes) numa espécie de caldo de legumes a ferver. Ficámos fãs e de certeza que iremos repetir.
Partimos às 8 da manhã para a visita. Primeira paragem: um miradouro de onde podíamos contemplar as plantações de chá e as pessoas ao longe a trabalhar nos campos na apanha das várias folhas que irão definir o aroma (mais ou menos forte) do chá. A vista era soberba, com campos a perder de vista plantados com arbustos de chá com cerca de um metro de altura Explicações detalhadas do nosso simpático guia que nos deu a conhecer os vários métodos de apanha das folhas, os vários tipos de chá, a vida de um trabalhador nos campos de chá, muitas informações sobre a planta, métodos de plantação, etc... muito interessante e educativo.

Tanto cha'...

Cha' da China, Cha' da Persia, Cha' Malaaaaaaio

Seguimos para a segunda paragem: o ponto mais alto da região que prometia uma vista panorâmica sobre as várias plantações de chá e a selva circundante. Subida a uma torre de vigia e... azar! Estava bastante nebulosidade que nos impediu de avistar pouco mais de umas dezenas de metros a toda a volta! "Então conseguiram ver Portugal?" perguntou-nos sorridente o nosso guia.
Seguimos para a próxima actividade: o esperado trekking de iniciação à flora local. Afinal havia um passadeira em madeira e o trekking acabou no final desta, passados 200m! Mas foi interessante ouvir as explicações sobre a importância do musgo, e a forma como ele absorve a humidade e a liberta depois para as árvores e para o solo. Uma história curiosa que o nosso guia nos contou: O bambu (que é o ser vivo que mais rapidamente cresce aqui na selva), seria usado (e segundo ele, ainda hoje) para nos livramos de pessoas indesejadas, de vizinhos impossiveis de aturar ou patrões que não respeitassem os trabalhadores, de uma forma infalível e não imputável. Segundo ele, para tal basta esmagar bastante um pedaço de bambu e misturá-lo na comida de quem queremos ver-nos livre. Após bastante tempo, 1 a 2 meses, o bambu (que o nosso organismo não consegue eliminar) começa a crescer dentro da pessoa até que esta vai desta para melhor! Sem dúvida que às vezes seria tentador...
Seguimos para a visita à fábrica que processa as folhas do chá até sairem embaladas e prontas a consumir e, claro, à loja e café onde podemos adquirir e experimentar por nós mesmos os vários aromas da tão apreciada bebida.

Vai uma chávena?

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Indie & Clau em busca do Bumbun Perdido

A vontade de percorrer caminhos no meio de uma floresta tropical era ambiciosa: queríamos chegar a um abrigo a 11 kms do ponto de partida, a pé, com mantimentos pesados às costas e envolvidos por uma temperatura quase irrespirável. 

Barco no qual subimos o rio Tembeling até Taman Negara.
 
Tinhamos chegado à floresta Taman Negara ainda na Malásia, um parque florestal repleto de fauna e flora selvagem que prometia ser um deleite aos nossos tão desejados trekkings. Após 3h de viagem pelo rio Tembeling, chegamos a Kuala Tahan, uma mini povoação do outro lado do rio e do parque, em cuja margem se avistavam restaurantes flutuantes e mais acima, casas descaracterizadas ávidas de turismo que sustente as suas vidas.

Um ligeiro briefing à entrada oferecia-nos uma panóplia de actividades de trekking com guias. Mas nós não queríamos o pacote típico do turista que tem de ir em grupo para todo o lado, e estar sujeito aos tempos e esperas e...
Atenção, olhem todos para aqui...!”
Ahhhhh” e
Cuidado todos acoli...”
Ohhhhhh”.

Portanto, queríamos ir com tempo e poder usufruir da paisagem sem ter condicionantes. O guia dizia que era perfeitamente possível, a Raquel que já lá tinha estado, também, por isso mantivemo-nos resistentes, mesmo após ouvirmos a resposta óbvia de um guia de uma empresa turística: 
 
Yeah, of course, you can go by your own. Where do you want to go?”
Til Bumbun tahan.”
Ohhhh, very far away...”
Are there signs for us?”
Yeah, sometimes you have signs, other times not, because the elefants took them.”
Really?”
Yeah, and be carefull about the rats, they'll eat your food, in the night, specially at midnight, is when they all come along!”
Really?”
Yeah, and look out the tigers as well, and Good Luck!”
Thank you! Bye!”

What the fuc...?? What was this guy telling about? Was he trying to scare us? Of course he was! He just want to sell his trekking trips! Fuc... morone!

Dia seguinte, dirigimo-nos ao departamento de Vida Selvagem do Parque Florestal. O ambicioso Bumbun (abrigo) a 11 kms já estava completo, não poderíamos lá ficar, apenas restava um Bumbun mais perto, o Bumbun Tabing a apenas 3 kms que se fazem bem numa hora e meia, duas horas, segundo a opinião do especialista. E já agora, aproveitámos para desfazer os mitos criados na noite anterior:

Are there any tigers to attack us?”
Ahahahah.. yeah, there are tigers, but they won't attack you, they aren't arround here, more far away.”
Suspiro profundo...
Because there was this guy who told us this...”
Well, I don't know what to say.”
And do we have signs all the way, so we won't get lost?”
Of course, you won't be lost, believe me. And there's no malaria here, only jungle mosquitos!”
Do we have to be carefull with our food, because of the rats?”
Yes, you just put your food hanged somewhere so they can't reach it. And attention, you don't have Mac'Donalds there, so bring enough food and water!”

Seguimos caminho, bem mais confiantes e felizes por irmos fazer um trekking no meio de uma floresta tropical! E que beleza natural... árvores enormes, com raízes superficiais que se desdobravam em degraus, e com copas esvoaçantes que providenciavam uma sombra calmante à temperatura infernal que se fazia sentir. Os trilhos são tão apelativos, apetece percorrê-los e pensarmos que estamos num conto sobre uma floresta. No início, tudo nos fazia parar: olha ali, uma coruja! Olha aqui, um lagarto gigante!!! Olha, nem reparaste, uma centopeia! Ouviste o barulho? O que seria...? Os sons da floresta são tão intensos. Pássaros e insectos competem entre si para se fazerem ouvir. Sons agudos e dissonantes... uns lembravam toques de telemóveis, outros jogos de computador, alguns trombetas de uma mesquita e ainda outros uma autêntica serralharia! Uma verdadeira inspiração à criação de novos sons.

No meio de uma raiz enorme.

Chegámos ao abrigo e ainda tinhamos tempo para andar mais uns kms, por isso, descansámos um pouco e seguimos caminho mais a Norte.
Entretanto já tinhamos lido sobre as sanguessugas presentes no parque, quando o Pedro reparou num bicho fininho, agarrado a uma folha, com a outra ponta frenética como se fosse uma antena. Era uma sanguessuga!
Pensávamos que era suposto serem tipo lesmas, mais achatadas, gordas, e pretas, mas as daqui não são assim. Mais à frente, vamos fazendo o “check-up leeches” e reparamos que já estão nas nossas meias! Andávamos 10 min e lá estavam outras. Incrível como conseguiam trepar pelos nossos sapatos tão eficazmente. Pfff, que desassossego, percorremos os restantes kms a olhar constantemente para o chão e pés e a removê-las sempre que eram detectadas.

Voltamos ao abrigo, ainda temos duas horas de luz natural. Os abrigos aqui não têm luz, por isso tivémos de levar os nossos frontais. Também não têm janelas, o que me estava a deixar ficar ligeiramente apreensiva, confesso. Qualquer animal poderia entrar a meio da noite sem ser convidado!! Fomos preparar os nossos aposentos com a rede mosquiteira para não termos surpresas durante a noite e podermos dormir mais descansados. Quando pensávamos já estar livres das sanguessugas, eis que sinto uma comichão no braço, removo sem olhar um animal mole e eis que era outra sanguessuga que já me estava a fazer transfusão sanguínea no braço! Comecei a ficar paranóica e só via sanguessugas por todo o lado...


O Bumbun encontrado!

A luz começa a escassear. Na penumbra os sons ganham outra dimensão tímbrica, mesmo durante a noite, há animais que não dormem e a banda sonora apesar de espectacular dificulta o sono. A total ausência de luz e a rigidez do beliche também ajudam a fomentar a insónia. É tão fora da nossa zona de conforto. Não há nada, nenhum sinal de civilização, nenhum sofá acolhedor, nem uma televisão que faz companhia. Somos nós e a floresta lá fora, e alguns animais intrometidos e atraidos pela nossa luz, cá dentro. Sensações novas, não de perigo, mas diferentes, provocadas pelo alheamento, por algum desconforto, pela paranóia de que as sanguessugas estão em todo o lado e vão-nos sugar!, deixaram-me em alerta constante. O Pedro tenta confortar-me, segurando-me na mão. Passados 5 segundos adormece, ferrado com o sono mais pesado do Mundo! Mas no final, o corpo deixa de resistir, rende-se ao cansaço provocado pela caminhada e tudo se esvai e recolhe no meio de um sono sobressaltado e inconstante. Que bom que é amanhecer!

domingo, 17 de abril de 2011

Quim Barreiros em Malaca

Porta de "A Famosa"
Malaca (Melaka, em malaio) tem um grande significado histórico para os portugueses; porque fomos os primeiros ocidentais a aí chegar (D. Afonso de Albuquerque, 1511), antes dos Holandeses e Ingleses que se seguiram, e ainda existem vestígios dessa nossa presença, bem como uma pequena comunidade de descendentes portugueses que habita uma pequena area da cidade chamada de Kampong Portugis (distrito português) que fala um português arcaico aqui conhecido como Cristão.
Partimos de KL de manhã decididos a chegar cedo e seguimos directos para a estação de autocarros de Pururaya. Não é aqui, disseram-nos, têm que apanhar o bus que sai de TBS. Lá se foram as boas intenções e o chegar cedo!
Mais uma viagem no KTM, o metro de KL e chegámos por fim ao novissímo terminal de autocarros de TBS que mais parece um aeroporto, com ecrans de partidas e centro comercial incluído onde as partidas são feitas com check in com direito a leitura dos bilhetes por scanner e tudo!
Escusado será dizer que, tal como em todos os transportes públicos da complexa e funcional rede de transportes públicos de KL (monorail, LRT, KTM, etc) fazia um frio de rachar dentro da estação devido ao potente ar condicionado!
Dentro do autocarro nao era excepção mas para nossa agradável surpresa (confesso que esperávamos algo de bastante velho e poluente) encontrámos um moderno autocarro, com cadeiras de fazer inveja à classe executiva de um qualquer avião da Air Emirates.
Assim que nos sentámos caimos num sono profundo até meio da viagem de 2 horas.
À chegada o filme do costume: Onde apanhamos o autocarro para o centro, por favor? Já não há, terminou agora às 17h - respondeu um malaio apontando para os taxis. Claro que os taxis nos levam RM20 (20 malasian ringgits; €1=RM4,3) ao invés de RM1 que custa o autocarro!
Já desconfiados fomos perguntando a outras pessoas e finalmente na bilheteira central indicaram-nos o sítio certo, onde o dito estava estacionado.
Vinte minutos e uma conversa com um inglês que se radicou em Melaka após uma estada de 5 anos em Goa e eis-nos chegádos ao centro de Melaka.
A primeira impressão é boa: os prédios, de um vermelho ocre parecido com a cor da ponte sobre o tejo (a antiga, bem entendido) fazem lembrar um pouco da construção portuguesa colonial. Mudaram de cor pela mão dos ingleses, ao que parece para poupar na manutenção, evitando assim que se notassem as paredes brancas constantemente salpicadas da terra barrenta daquela cor após as chuvas.
Temos sorte, é domingo e o mercado de rua que funciona aos fins de semana em chinatown está ao rubro! É para lá que seguimos, pois o hostal que os nossos recém conhecidos Romana e Emanuele nos recomendaram fica mesmo na outra ponta rua.
Atravessamos a rua com bancas de comida e venda de artefactos de ambos os lados e um corropio de gente pelo meio. Há música e muitos cheiros a comida no ar, gostamos disto!
No final da rua, para encerrar em grande, num palco gigante cheio luzes coloridas canta-se em karaoke para uma plateia bastante composta de chineses que observam atentamente.

Karaoke em Chinatown - Melaka
De rir também são os rickshaws locais, movidos à força de pedal por condutores que disputam entre si pela atenção dos turistas colocando auto-radios e colunas nos seus "veículos" decorados como um carro alegórico tocando músicas do Elton John e Celine Dion a alto e bom som!
Da presença portuguesa pouco encontrámos: resta a porta do antigo forte construido pelos portugueses e batizado de "A Famosa" por D. Afonso de Albuquerque, a igreja de S. Paulo (inicialmente uma pequena capela mandada erigir por um capitão de mar português), uma réplica de uma nau e o distrito português que fica um pouco afastado do centro e visitámos de bicicleta.
Esperávamos encontrar uma verdadeira comunidade portuguesa mas ao invés encontrámos algumas ruas com nomes vagamente portugueses (Texeira, etc...) e um Lisbon restaurant com nada na ementa reconhecível da nossa gastronomia! Mas, ao verem que eramos portugueses, as pessoas que aí trabalhavam (embora não falassem uma palavra da nossa língua) apressaram-se a colocar uma música bem portuguesa: nada menos que o Quim Barreiros, esse grande sr. da música pimba!
A única pessoa com quem conseguimos trocar algumas palavras de português foi com o muito simpático sr. Edgar, que nos fez uma visita guiada à casa da tradição portuguesa.

Com o Sr.Edgar no Museu Português.
Malaca é também a cidade dos centros comerciais e dos museus. Há-os para todos os gostos, desde o museu da juventude ao museu da beleza intemporal, ao museu do selo, do mar, e por aí fora. Qualquer que seja o tema, existe um museu em Malaca sobre o assunto.
Mas no geral não nos arrependemos da visita, gostámos do centro bem arranjado, dos prédios cor de tijolo, do rio que atravessa a cidade e a divide e das pequenas pontes que unem as duas margens, da pequena chinatown e do seu mercado noturno, do hostal Jalan Jalan e do seu simpático dono Sam.

Melaka by night

sábado, 16 de abril de 2011

É Durian de ingerir

O nosso primeiro contacto sensorial com os Durians teve início quando o nosso olfacto detectou um aroma fétido e pestilento proveniente das bancadas de comida espalhadas pelas ruas de KL. Não sabemos de onde vem, mas a nossa imaginação cria asas e transporta-nos desde logo para as casas de banho espalhadas pela cidade. São tão peculiares na sua limpeza que quase nos obrigam a querer levar uma mola no nariz cada vez que as necessidades fisiológicas nos obrigam a entrar dentro delas.

Cheira mal...cheira a Durian!!!



As entranhas do fruto maldito.

Entretanto, recordamo-nos das memórias partilhadas pela Raquel após a sua viagem à Tailândia "Eles adoram um fruto que cheira horrivelmente mal e cujo sabor também não fica atrás..." É o Durian. Um fruto exótico cujo aroma e sabor seriam de querer afastar o mais terrível dos inimigos. Mas não, aqui vêm-se durians à venda por todo o lado e os malaios também demonstram ser apreciadores natos deste fruto particular. Os espinhos que o cobrem perfumados com o típico aroma poderiam ser um prenúncio a não provar, mas a população insiste em considerá-los o must da região. Mas nem por isso deixam de ser conscientes da intensidade aromática, proibindo a entrada desta espécie em qualquer hostel: "Durians Outside". O seu fruto mais apetecido é o mais por nós temido!

Estamos em Kuala Lumpur e mesmo que os nossos sentidos bloqueiem a nossa vontade, a razão é mais forte e convence a prova. Resultado da análise obtida pelas papilas gustativas: sabe a refugado de cebola doce. Resultado dos receptores tácteis: é mole como a manga. Resultado geral: não gostamos do cheiro, à vista até é um fruto exótico, sabe mal apesar de doce e quando se desfaz nas mãos também não ajuda! Negativo portanto... não vai continuar na nossa lista de pedidos diários.

Um malaio que estava sentado numa mesa junto da nossa ria-se com os companheiros ao observarem as nossas manifestações da prova. Curioso, levantou-se e perguntou-nos de onde éramos. Quando soube ficou admiradíssimo por querermos provar. "I've never seen any european wanted to taste this!"

Pronto para a prova!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Lima e Gengibre com Petronas

A trovoada obriga-nos a ressuscitar do jet lag...
3h e meia da tarde, já? Estávamos a precisar deste repouso. Vamos a Little India almoçar. Nunca vimos tanta cor, brilhantes, anúncios e música ao mesmo tempo. Little India parece uma feira popular mas sem carroséis :) Sentámo-nos numa esplanada e almoçámos um repasto maravilhoso, picante, mas muito bom. De seguida, o Pedro repara nas canas de açúcar e pede sumo de cana de açúcar. O indiano aconselha outro, com lima e gengibre! Delicioso. Ao nosso lado, ele começa a descascar as canas de açúcar e coloca-as numa máquina para serem espremidas e produzirem o sumo.
A produção do sumo da cana de açúcar.

Na esplanada perto da piscina.
De volta ao apartamento para nos despedirmos do Tiago. Vai para Bangkok passar o fim-de-semana com uns amigos. Aqui é muito fácil ir para qualquer país asiático vizinho, as viagens low-cost são muito baratas e compensam.

Decidimos ir ver as Petronas Towers à noite. Alguém nos tinha dito que eram muito mais impressionantes iluminadas. Saímos do metro e antes de atingirmos a superfície já estávamos espantados com a imponência das torres gémeas.


Entretanto, passa alguém por nós e diz “Eu vi logo que eram portugueses!”, era a Romana, portuguesa, o marido Emanuele, italiano, e um amigo couchsurfer americano. Ficámos horas a falar e fomos jantar juntos. Eles andam a viajar há 5 meses e meio pela Ásia e tinham tantas estórias para nos contar. Combinámos encontrarmo-nos no dia a seguir para passear por Kuala Lumpur.

Chegámos ao apartamento e fomos para a piscina apanhar o wi-fi, tentar falar com a família, amigos e actualizar o Blog. Reparámos que estava um grupo de pessoas numa mini festa perto da piscina. O Axis, um indiano do Rajastão, vem ter connosco e pergunta se não nos queremos juntar? Porque não? Conhecemos o Axis, que já trabalha em KL há 2 anos e transmite a maior paz que alguém poderia transmitir, o Cameron, um inglês que  vive cá há 10 anos e falou-nos das viagens que fez pelo Mundo durante um ano, o Javi, um catalão “party animal” que fazia questão de pôr toda a gente a rir com as suas danças de papichulo e uma belga da parte francesa que “teve” de arranjar trabalho fora da Bélgica porque lá é difícil sendo do sul, falando francês e não falando holandês. Foi lindo! Estamos cá há 24 horas e já conhecemos tantas pessoas de toda a parte do Mundo, com tantas experiências e cultura para partilhar...

Num templo budista.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Selamat datang

Selamat datang (Bem-Vindo), lê-se espalhado por várias placas do aeroporto de Kuala Lumpur.
Afinal a viagem em low-cost na AirAsia foi melhor do que esperávamos. Tinhamos 3 bancos só para nós, a comida era boa (paga à parte claro) e o entertainment kit ajudou-nos a passar algumas das 12h30 de viagem. O bafo quente e húmido à saída do avião já fazia prever o calor que iríamos sentir por estas bandas e não poderíamos ficar mais felizes com isso.

Primeiras impressões de diferenças culturais: estava eu na casa-de-banho, na fila, à espera da minha vez, quando entram malaias que nem sequer dão importância à ordem, passam à frente como se fosse o mais natural do Mundo. Ninguém reclama, eu também não, afinal fomos nós que chegámos, seremos nós que teremos de nos adaptar.

Em KL Sentral, a estação central de Kuala Lumpur, esperamos pelo nosso anfitrião Tiago Candeias (Obrigado Ricardo pelo contacto!). Vamos beber umas cervejas a um bar, Tiger, a mais famosa da região. Terá de ser num Irish Pub, porque a Malásia é maioritariamente muçulmana e por isso, não se encontra álcool em qualquer esquina. Brindes à vida e às viagens, interrompidas por um estrondo tão forte que parecia rebentar mesmo ao lado: a trovoada diária seguida da chuva torrencial. “É sempre assim, não se preocupem, todos os dias chove como se não houvesse amanhã durante uma hora. Depois passa e tudo seca, como se nada se tivesse passado.” O Tiago está há quase um ano a trabalhar em KL e está muito bem, pensa ficar mais uns aninhos e depois logo se vê.

A beber uma Tiger com o nosso anfitrião, Tiago Candeias.

Lá decidimos ir jantar. Antes, um banho revitalizante no loft espectacular do Tiago, situado num condomínio privado em KL. Fomos ter com o André, o Guilherme e a mãe deles, que estavam a jantar na rua mais famosa de restaurantes em KL: Jalan Alor. Jantámos amêijoas bem picantes, raia e outro peixe frito, arroz e uns vegetais com alho muito saborosos! De barriga cheia, seguimos para um bar espanhol, paragem obrigatória dos “tugas” que cá vivem: o “Pinchos”. Muito simpático com Pixies e David Bowie a enriquecerem a banda sonora, e com as birmanesas que lá trabalhavam a ajudarem na hospitalidade. Com os olhos a fechar, seguimos para casa dormir: dois dias e meio de viagem já se faziam sentir.

Em Jalan (rua) Alor, após o jantar.       

Kuala Lumpur

Chegámos bem, dormimos no aeroporto e no avião por isso ainda temos energia para ir passear por KL com o nosso anfitrião, o Tiago Candeias.
Está calor e muito húmido.
Mais tarde segue actualização mais detalhada.
bjs e abraços a todos

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Check-in

3 horas de sono, claro, quem é que consegue dormir na véspera de uma viagem assim? De manhã, tudo a postos, mas o Bilbinho (o gato), está rezingão… não se quer despedir de nós. Ficou magoado  pelo abandono temporário. Quando a Raquel e a Sarita (outra gata) chegarem vais ficar melhor acompanhado, vais ver.

No jornal, notícia de que o FMI chega a Portugal! E nós? Vamos embora! Irresponsabilidade? Melhor Oportunidade? A verdade é que vamos ter a viagem das nossas vidas e isso, não haverá FMI que nos tire. Só passou um dia desde que cá estamos e a quantidade de pessoas e contactos que já fizemos estão a deixar-nos completamente rendidos... Será difícil nomeá-los a todos no fim, mas na memória, ficará sempre a imagem de quem nos acolheu de coração.

À porta do aeroporto de Faro. Obrigado Mãe!



Com check-in feito para Kuala Lumpur.