terça-feira, 5 de julho de 2011

A bordo de um slow-boat, a descer o Mekong

Voltámos as costas à Tailândia, rumo ao desconhecido e tão ansiosamente esperado Laos, num dia que prometia ser preenchido com um rol de transportes. Mas nem por isso menos emocionante. Observar a população local no ritmo do seu dia-a-dia pode parecer voyeurista, mas confere um prazer incondicional. A rapariga que se levanta de madrugada, para ir trabalhar a 100 kms da cidade, num quiosque a meio do caminho. A mãe, com o filho, que adormece durante o percurso, exausta pelo seu "papel de mãe, mulher, trabalhadora, amiga" na sociedade. O motorista com olhos de sono, que conduz o veículo com o maior prazer do mundo, cumprimentando-nos com o melhor "Bom Dia" de sempre: com os olhos.

O sono é mais forte.
Chegamos à fronteira da Tailândia com o Laos. Entre eles um fio condutor que os separa:  o rio Mekong - o Mekong nasce na China e é um dos 10 maiores rios do mundo. Ao longo dos seus 4900 Km de extensão atravessa Myanmar, o Laos, a Tailândia, o Camboja e o Vietname, onde desagua no South China Sea.
Estamos na Tailândia, à nossa frente está o Laos e entre eles, o Mekong.

Cansados, após 4 horas de viagem e ainda só serem 11h da manhã, esperamos com as expectativas de um barco com bancos de madeira, desconfortáveis de tão direitas tornarem as costas, como nos tinham alertado. Com os braços descaídos, ficamos embasbacados quando vislumbramos um barco com bancos de autocarro!!! Nem queríamos acreditar, 2 dias de viagem pelo rio Mekong num "luxo" confortável :) Embalados pelo slow boat, flutuando nas águas castanhas do rio Mekong, usufruimos da paisagem pintada por montanhas rochosas, búfalos de água e pescadores com os chapéus cónicos de palha.

Slow-Boat.
Pak Beng
O puppy que fofo mais fofo não havia.
Os slow-boats.
As "limestones" que adoramos!
 
O Mekong visto da varanda da guest house, em Pak Beng.
Uma brincadeira das crianças é apanhar baratas, escaravelhos e outros bichos não identificáveis maiores que 10 cm!
Crianças a vender no slow-boat.

Primeira paragem: Pak Beng, um pequeno lugar com meia dúzia de casas onde pernoitámos a primeira noite. À nossa espera no cais uma multidão de crianças e jovens com cartazes em punho cheios de fotografias anunciando a melhor guest house do sitio. "Only 100 Baths Sir!" tentavam cativar os recém-chegados. Alguns entram mesmo no barco e abordam as pessoas que esperam pela bagagem!
Foi aqui, na escuridão quase total devido a uma falha de electricidade provocada pela queda de um poste, que tomámos contacto com as pessoas do Laos. A nossa simpática anfitriã preparou-nos um típico Láap (galinha picada com ervas, como basílico) servido com arroz, enquanto brincávamos com o pequeno puppy recém-nascido, e viamos as crianças suas filhas a brincarem. Mais adiante viríamos a confirmar que os sorrisos, as crianças e os animais bebés são uma presença constante e agradável no Laos.
Mais tarde, com os estômagos já reconfortados pela deliciosa comida Laosiana, caminhámos pela rua para ver o espectáculo provocado pelos relâmpagos de uma trovoada próxima.

Um relâmpago que iluminou a aldeia, apagada pela falta de electricidade.

2 comentários:

  1. Quel Voyage!!!!!!!!!!!!!!! Queridos Amigos!!!!!!!!
    Grazie pela partilha

    Um abraço grande grande

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  2. Um grande beijinho Ana ;) obrigada pela companhia!

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